O preço alto da gasolina ainda é culpa dos donos de postos

Pelo que tenho visto nos postos das zonas Leste e Sul de Natal, a gasolina tem ficado na média de R$ 2,85 por litro. Seria isso um resultado do boicote que a população fez aos postos de combustíveis que insistiam em cobrar R$ 2,99 pela gasosa? Que nada.

Digo isso porque pode, realmente, parecer que sim. Afinal, o aumento “explodiu” depois que o Governo do Estado elevou o imposto cobrado pelo produto. Lembro-me da governadora Rosalba Ciarline falando nos jornais que a elevação causaria, no máximo, um aumento de cinco centavos.

Ou seja, de R$ 2,79 (o quanto custava o litro antes), o preço passaria a ser de R$ 2,84. Com isso, o valor cobrado agora seria o “ideal” e os donos de postos transfeririam a responsabilidade para o Estado. Como quem dissesse: “fiz minha parte. Querem que baixe mais? Reclamem com a governadora“.

Pura esperteza. A diminuição de preço não foi resultado de um surto de honestidade dos donos de postos, mas sim do início da safra da cana-de-açúcar, que deixou mais barato o preço do combustível que chega às bombas de gasolina.

Resultado: os donos de postos puderam baixar o preço, transferir a responsabilidade para o Estado e continuar com os mesmo lucros altos. Além disso, ainda estão contando com o esquecimento de boa parte dos natalenses, que parece que esqueceu que o valor continua imoral. “Tá caro, mas não tão caro“, já ouvi gente dizendo.

Não sendo verdade que o lucro dos proprietários de postos de combustível continua elevado, não haveria gasolina a um preço de menos de R$ 2,79 na zona Norte. Lá, muitos postos, devido a concorrência com o Carrefour (que, não se enganem, também lucra bastante com a venda de combustível e não pratica esse preço só para atrair o consumidor para compras no supermercado –  já ouvi essa justificativa de pessoas do Sindpostos), foram obrigados a baixar o preço.

E como não existe posto do Carrefour em todas as zonas de Natal, o consumidor é que tem que ficar atento e procurar sempre o mais barato, para força a concorrência e a diminuição dos preços. Não é hora de baixar a guarda.